quarta-feira, 16 de junho de 2010

Falando de Amor - 2.Esperando o Veneza





“O amor é paciente.” I Coríntios 13.4a

Acordei nesse sábado com a tal frase na cabeça. “O amor é paciente”.
Sentei na cama e, imediatamente, sem o menor cheiro de exegese, a primeira coisa que me veio à cabeça foi o ônibus alimentador que pego no terminal de Santa Felicidade para vir pra casa. 
O Veneza é carro único e faz um trajeto recortado, de 40 minutos. Quando eu o pego, são 12 minutos até o ponto onde desço. Você pode pensar: bem, se ela o perder, vai a pé. Não é bem assim. Quem conhece os “asfaltos” de Santa Felicidade, sabe bem que preciso dele. Primeiro passo para a paciência: enxergar a situação.

Imagine você, cansado (a), chegando ao terminal com um ônibus do centro, e o seu alimentador acabou de sair. Você ainda o vê partindo na sua frente. A primeira sensação é de frustração. "Aquele era o meu ônibus. Ah, se eu tivesse descido um pouco antes, teria alcançado”. Ou, “se eu tivesse corrido, poderia tê-lo parado”.
Logicamente, vai esperar que volte.
Ou, ilogicamente, vai agir pelo seu rancor e ansiedade e tentar ir a pé naquelas ruas, que só Deus sabe o estado em que se encontram. Vai se expôr numa jornada cansativa e desnecessária simplesmente porque está sem paz para esperar o certo. Sem paciência!

E aí vêm as opções de espera: posso ficar macambuzia, lamentando os 40 minutos, xingando o transporte coletivo, incitando as pessoas ao meu redor a fecharem a cara também ou, sossegar por saber que ele vai voltar. Não foi um erro meu. Não era tempo de pegá-lo. Eu não poderia fazer nada para ser diferente. Aquela espera faz parte do meu instante e minha paz está na certeza de que verei o Veneza novamente. A porta vai se abrir na minha frente em 40 minutos e eu vou entrar. Enquanto isso, sento numa cadeira e compro uma cocada pra ajudar o menino. Leio um livro. Resolvo palavras-cruzadas ou me permito ser a ouvinte que a senhora idosa ao meu lado tem pedido a Deus, para desabafar um pouco o seu dia. Eu ainda poderia falar do Amor de Jesus por ela. Gente, já fiz isso. Aliás, já vivi as duas opções.
Já me zanguei na espera e dobrei o meu cansaço.
Já esperei em paz (isso é paciência) e cheguei em casa recompensada além do que esperava.
  
Ter paciência é esperar em paz. Ao contrário da música do Herbert Vianna, a Bíblia me diz que o Amor sabe esperar. 
Porque espera em paz. É paciente. Aproveite esse tempo em esperança pacífica edificando valores no seu coração, para que seu momento de espera seja a preparação de um embarque feliz. Isso faz toda a diferença.

Logo, logo, o Veneza chega.

Paz e Beijos.

Um comentário:

  1. Lindo o texto...
    O Amor é paciente, e nós sabemos disso mas não lembramos. Nós acabamos com a paciencia de muitos quando crianças, somos impacientes quando adolescentes e só quando entendemos um pouco de Amor é que entendemos essa tal de paciencia!!!
    Beijos!

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