quarta-feira, 23 de junho de 2010

Falando de Amor - 5. SERVIR E PERDOAR

 

“... [o amor] Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor”. 1 Coríntios 13.5

      Acredito que o antônimo de Amor seja o egoísmo, não o ódio.
      Ao contrário do egoísmo, o Amor não tem a função de satisfazer desejos pessoais. Ele não se comporta de forma interesseira, nem fica se fazendo valer da dor ou do remorso do outro. Quando “jogamos na cara” de quem amamos algo que sabemos que é motivo de tristeza ou de vergonha para ele, não estamos amando. Muitas vezes, enganamos a nós mesmos dizendo que estamos dizendo a verdade para o bem do outro. É mentira. Ao arremeçar culpas, na verdade, estamos tentando vencer uma luta de forma covarde. Lançar pesos, usar a psique ou até mesmo o Amor do outro, é o contrário de servir.
O amor é servo, como já falamos. Ele traz leveza de espírito para o outro, mesmo diante de situações delicadas. Ele busca amansar a alma do outro para que veja seus erros por consciência e não por acusação. E ele também não permite vitimização.
Entre sentir-se vítima e perdoar, perdoe. “Kelly, não é fácil... não é simplesmente dizer: 'perdoei'”. Não falo sobre facilidades. Ninguém disse que seria fácil. Mas, se você decidiu amar, implicitamente, decidiu ser guerreiro. É lutar constantemente com as respostas naturais que nos levam à desistência. É um esforço visando um final feliz. Isso é amar. Isso é encobrir a multidão dos erros de quem te feriu. A vitimização só leva a uma prisão de consciência do outro a você. Melhor do que escravizá-lo, maltratá-lo em nome do seu orgulho ferido, dê a carta de alforria. Libere o próximo da sua culpa. Seja misericordioso e se possível, gracioso, oferecendo-lhe algo especial, apesar de não merecer. É difícil, mas vale a pena! O espírito de quem perdoa é leve, de quem serve é cheio de dignidade. É trabalhar em nome do Amor.

Aos que entenderam o sacrifício de JESUS, sua Ressurreição e o aceitaram, não esqueçam que ELE nos perdoou e não guarda rancores do que fizemos. Quem ainda não viveu essa liberdade, experimente! Confesse seus pecados a Ele, peça perdão. Ele terá alegria em te fazer experimentar o quanto vale a pena AMAR. Ele é Mestre nisso!
Páscoa é renascer. É esse Cristo que perdoa e que nos ensina a servir, vivendo em nós.

Paz & beijo.

Kelly.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Falando de Amor - 4. CÂNCER NO AMOR


“[o amor] Não inveja, não se vangloria, não se orgulha”. 1 Coríntios 13.4

Há alguns anos aconteceu algo interessante na minha ex-igreja. Fizemos um tipo de “debutantes”, para abençoar as garotas que tinham entre 14 e 22 anos. Com direito a pompas e jantares, cadetes lindos, trajando seus belos uniformes, fotos e tudo. Dentre aquelas 20 garotas, estávamos em três que tocavam violino. Pensamos em tocar juntas, mas fomos vetadas. Porém, no dia da cerimônia, a garota que tocava melhor de nós três estava lá, tocando. Invejei o talento, invejei a preferência, além de me sentir enganada. Mas, a minha outra amiga, indignada foi mais longe: começou a falar mal dela a outras e a desprezá-la. Isso me acordou. “Espere! Eu a amo!”. Aquela boa violinista era minha amiga de infância. Quando crianças, eu decorava a Bíblia enquanto ela decorava o Hinário, só para apresentarmos juntas na igreja. Eu jogaria fora uma história, uma amizade, deixaria morrer um amor legítimo se continuasse deixando que a inveja tomasse conta. Talvez até abandonasse o violino mais tarde, se permitisse algo assim crescer. Que tipo de adoradora eu seria?
Orei e resolvi fazer dela uma referência no violino para mim, pois admiti o quão gostoso era ouvi-la tirando sons tão belos do nosso instrumento. Fui para o outro extremo. Agora, eu a apoiava na música e a defendia de acusações invejosamente injustas (isso é um pleonasmo!). Chegamos a fazer duetinhos. Ela despalla e eu de primeira estante dos II violinos. Mais tarde, ela continuou a ser alvo de invejosos, fofoqueiros. Não agüentou e saiu dali, magoada, sofrendo muito. Mas, a minha amizade com ela dura até hoje e não deixo de orar por ela, pedindo a Deus para curá-la e restaurar seus sonhos, sua fé. A amo muito.

A inveja é prejudicial à saúde do Amor. Mas, ela é espontânea também. É como uma erva-daninha ou um câncer. Ela não precisa de muito espaço para aparecer, mas precisa de um esforço consciente e muitas vezes sobrenatural para sair. O que o versículo diz é que o Amor NÃO inveja. Logo, enquanto você estiver invejando, NÃO estará amando. 

O passo seguinte da inveja é o desprezo que, para justificar-se, revela uma avidez em acusar uma inferioridade ou deteriorar a imagem do outro diante da sua. Isso é vanglória. Crescer diante dos outros visando mostrar que é melhor do que eles. Objetivo sem nobreza alguma. E isso tudo nada mais é do que um berro do orgulho, numa visão limitada à alimentação do alterego. O Amor não é egocêntrico assim. Em algo tão ruim não há espaço para o Amor, pois não há intenção de construir, de doar-se. A inveja é algo que suga as energias até matar o Amor. É um câncer terrível se não for tratado pelo Médico dos médicos. Só então se pode viver o Amor novamente.

Que tal se pararmos um pouco para confessar a inveja ao SENHOR JESUS e orar por aquelas pessoas a quem invejamos? 
E, na sequência, oremos por aquelas que nos fazem sofrer com sua inveja. 
Elas também precisam de uma dose forte daquele Amor confortante, que vem do alto!

Não gosto de falar de inveja e orgulho.
Para mim, confesso que foi muito difícil e pesada essa reflexão.
Mas, extremamente necessária na remoção dos entulhos do coração.

Que Deus nos abençoe e retire de nós tudo o que é prejudicial para a liberdade de amar!
Paz & Beijos.
 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falando de Amor - 3. O AMOR É BOM


“... O amor é bondoso.” I Coríntios 13.4

Não é fácil falar de Bondade num tempo tão louco como o que vivemos.
Ela parece algo tão “Polyana Contente” para um mundo tão sem esperança.
Mas, estive pensando esses dias na força que a Bondade tem.
A Bondade é o Amor em Ação.
Deus é bom. E Deus é Amor.
Logo, o Amor é Bom.

O Amor encobrindo uma multidão de pecados. Isso é bondade do Amor.
O Amor que faz a lista bíblica de “uns aos outros” acontecer, a despeito de méritos. Isso é bondade do Amor.
O Amor é doação de energia e vitalidade pela causa do próximo. Isso é bondade do Amor.
O Amor cumpre o seu papel de respeito, proteção, serviço, submissão, harmonia num lar. Isso é bondade do Amor.

A bondade fortalece o caráter do remetente e traz gratidão no coração do destinatário.
E quem não sorri quando sente vontade de agradecer?
A resposta natural à Bondade do Amor é a Gratidão.
A Bondade é a maior força de expressão do Amor.
É a impressão digital do discípulo de Cristo. 

Tem uma música antiga que diz assim:

“O amor é bondoso, constante e fiel,
Ele é o começo da vida no céu,
O amor é uma estrada de brilho e de luz,
O amor é eterno, o amor é Jesus!”

Que vocês tenham dias repletos de Amor e de oportunidades de exercitar essa Bondade enobrecedora de almas, redentora de sonhos, motivadora de esperanças, um sereno e poderoso bálsamo de alegria.

Deus os abençoe!
 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Falando de Amor - 2.Esperando o Veneza





“O amor é paciente.” I Coríntios 13.4a

Acordei nesse sábado com a tal frase na cabeça. “O amor é paciente”.
Sentei na cama e, imediatamente, sem o menor cheiro de exegese, a primeira coisa que me veio à cabeça foi o ônibus alimentador que pego no terminal de Santa Felicidade para vir pra casa. 
O Veneza é carro único e faz um trajeto recortado, de 40 minutos. Quando eu o pego, são 12 minutos até o ponto onde desço. Você pode pensar: bem, se ela o perder, vai a pé. Não é bem assim. Quem conhece os “asfaltos” de Santa Felicidade, sabe bem que preciso dele. Primeiro passo para a paciência: enxergar a situação.

Imagine você, cansado (a), chegando ao terminal com um ônibus do centro, e o seu alimentador acabou de sair. Você ainda o vê partindo na sua frente. A primeira sensação é de frustração. "Aquele era o meu ônibus. Ah, se eu tivesse descido um pouco antes, teria alcançado”. Ou, “se eu tivesse corrido, poderia tê-lo parado”.
Logicamente, vai esperar que volte.
Ou, ilogicamente, vai agir pelo seu rancor e ansiedade e tentar ir a pé naquelas ruas, que só Deus sabe o estado em que se encontram. Vai se expôr numa jornada cansativa e desnecessária simplesmente porque está sem paz para esperar o certo. Sem paciência!

E aí vêm as opções de espera: posso ficar macambuzia, lamentando os 40 minutos, xingando o transporte coletivo, incitando as pessoas ao meu redor a fecharem a cara também ou, sossegar por saber que ele vai voltar. Não foi um erro meu. Não era tempo de pegá-lo. Eu não poderia fazer nada para ser diferente. Aquela espera faz parte do meu instante e minha paz está na certeza de que verei o Veneza novamente. A porta vai se abrir na minha frente em 40 minutos e eu vou entrar. Enquanto isso, sento numa cadeira e compro uma cocada pra ajudar o menino. Leio um livro. Resolvo palavras-cruzadas ou me permito ser a ouvinte que a senhora idosa ao meu lado tem pedido a Deus, para desabafar um pouco o seu dia. Eu ainda poderia falar do Amor de Jesus por ela. Gente, já fiz isso. Aliás, já vivi as duas opções.
Já me zanguei na espera e dobrei o meu cansaço.
Já esperei em paz (isso é paciência) e cheguei em casa recompensada além do que esperava.
  
Ter paciência é esperar em paz. Ao contrário da música do Herbert Vianna, a Bíblia me diz que o Amor sabe esperar. 
Porque espera em paz. É paciente. Aproveite esse tempo em esperança pacífica edificando valores no seu coração, para que seu momento de espera seja a preparação de um embarque feliz. Isso faz toda a diferença.

Logo, logo, o Veneza chega.

Paz e Beijos.

Falando de Amor - 1. O Caminho Excelente


“... Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente". - I Coríntios 12.31b
"(...) se não tiver amor, nada disso me valerá”. - I Coríntios 13.3b

Amor é relacionamento. É um caminho superior à importância e aproveitamento dos dons. 
Foi o que Paulo disse. "Parem de disputar importâncias e se relacionem em amor".   

O Amor é serviço. Quem ama é servo, e tem prazer nisso. Servir é a nobreza natural do Amor. Um remetente devotado ao bem estar de um destinatário. Amor é sempre "De" alguém "Para" alguém/algo. Ainda que seu próprio nome apareça após as duas preposições (amor-próprio). E tem um fim maior (mesmo o amor-próprio!) de elevar, incentivar, libertar e levar benefícios ao próximo e/ou à comunidade. A partícula "Eu amo" precisa de um alvo de dedicação, de bem-querer.

Veja: vamos conjugar o verbo "Amar", no Presente do Indicativo. 

Eu amo você.
Tu amas adorar ao SENHOR.
Ele ama tocar seu instrumento.

Percebam, que se eu tirar o destinatário, objeto, o Amor perde a função.
"Eu cresço pra ajudar você a construir. Eu escuto para entender você. Eu exijo para orientar você. Eu sei fazer e dedico a você! Eu não desisto por você". JESUS veio ao mundo por mim e por você. Ele amou a cada um de nós. 

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna". (João 3.16).

DE: Deus. PARA: o mundo.

O assunto é mais extenso, mas ainda não concluí a minha meditação a respeito desse Caminho Excelente. 
Mas, paro por aqui, porque prometi me policiar quanto à prolixidade dos meus pensamentos. Preciso disso.

Amo vocês.

Em Cristo,

Kelly